Escalando a agulha do diabo


No abrigo do elefante, em Petrópolis, surgiu o assunto agulha do diabo, lugar fantástico, de difícil acesso que nos chamou muito a atenção.

Conversamos de fazer a escalada, mas, o assunto ficou meio esquecido devido ao fim da temporada e época de chuva.

Foi em um sábado, que a Ana veio com a noticia, de que a Helena estava afim de ir pra agulha, pirei com a idéia, pensamos nas alternativas, olhamos o clima, e montamos a trip, Ralf, Ana, eu e Helena, única que já havia feito a agulha várias vezes e conhecia a trilha muito bem.

Chegando em Tere, fomos surpreendidos por piratas, enfermeiras, uma festa a fantasia quase na entrada do parque, uma hora e meia no transito...

Chegando atrasados começamos a caminhada às 8 da manhã, caminhada longa e cansativa, mas, quando pegamos a bifurcação de acesso ao paredão paraguaio, fui surpreendida pela bela visão da verruga do frade, e toda a serra dos órgãos, demais, agora só falta a agulha.

Descemos o grotão que dá acesso a agulha, lugar úmido e com uma bela vegetação além de um riacho onde pudemos coletar água. Subindo o mesmo grotão passando um lance de caverninha chegamos na base da via, onde já havia outras pessoas que iam fazer o diabinho outra agulha menor localizada ao lado da agulha do diabo e com visual incrível. Estava com sede de escalar, e a Helena foi uma ótima parceira me deixando guiar quase tudo, pois já havia feito a via várias vezes.

Bom, agora é tocar pra cima, Ralf e Ana foram na frente para dar uma acelerada, depois saiu eu e a Helena, a primeira cordada linda, com pequeno diedro fendado na saída, uma escalada diferente das comumente feitas, pois entalava o pé esquerdo e me subia nele, não havia quase nada a direita. Chegando na parada parti pra segunda, pirei!! Muito entalamento, showw escalar em meio a vegetação é incrível, mais incrível é com todo aquele visual, o garrafão..


caminhando para a terceira, chegamos na base da primeira chaminé, o Ralf saiu guiando e não sabia direito aonde ir, a Helena foi junto, bem dizer solando, para mostrar ao Ralf o caminho, incrível o lance, com pedras entaladas no meio da chaminé, e como ela já estava lá em cima, fiz a cordada de segundo, curtindo cada momento.

principalmente o cavalinho, que tinha no meio da chaminé, um lance em oposição, que com certeza, se estivesse guiando ia sentir falta de um frend. Mais uma caminhadinha e chegamos na unha, outra pedra encostada na agulha, para acessar a chaminé dentro da unha, há um lance em diagonal, o Ralf fez o lance pela borda da pedra, eu entalada de barriga pra baixo, e a helena de barriga pra cima, foi engraçado. A Ana também, como ótima bolderista, passou voando pela borda.

Dentro da unha, a chaminé começava apertada e ia abrindo, fui caminhando por baixo devido ao meu tamanho, enquanto os outros iam chaminelando em diagonal até o meio da unha, onde havia os grampos. Rapidão estava na ponta da unha onde há uma parte super vertical, com cabos de aço até o cume.

Então, só alegria, comemoração, assinar o livro.. e sentir toda a vibração do lugar, fantástico, se tivesse oportunidade, ficaria lá meses, sem problemas. Curtindo os caminhos, as pedras, as vias...


caminhos de pedra

Nas andanças por caminhos de pedra, me encontro agora, na comunidade do taquaril,
na cidade de pedro. Petrópolis, dormindo nas noites enluaradas a sombra da pedra do elefante. Gigante acolhedora, adotada também por pessoas queridas como Ana e Ralf, que a sua margem construiu o abrigo do elefante, lugar que acolhe escaladores de todos os cantinhos do mundo, e me manteve confortável e aquecida.
Cheia de vias longas, e falésias, a pedra também apresenta muitos veios, conhecidos pelos escaladores como urutú, além de fendas e muitos blocos, espalhados em toda a volta da pedra


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visual dos 3 picos do cume do elefante